IOM-QUIPUR

 

MORRIS KERTZER

O Iom-Quipur é o Dia da Expiação, o último dos "Dez Dias de Penitência", e, tal como Rosh-Hashaná, um dos dois Grandes Dias Santificados. É marcado por vinte e quatro horas de orações e jejum. Quando o sol principia a morrer na véspera da Expiação, a família se reúne para uma refeição festiva. Acendem-se velas, todos pedem perdão uns aos outros pelos agravos cometidos; os filhos aos pais, os pais aos filhos, o marido à mulher e vice-versa, pois se deve ingressar no dia sagrado de alma limpa.

O branco, símbolo da pureza, é a cor dominante do Iom-Quipur. Os panos do altar e a cobertura da Torá na sinagoga, castanhos aos sábados e azuis nos dias de festa, são substituídos por brancos. O rabi e o "cantor" trajam vestes brancas, e em algumas congregações conservadoras todos os homens usam solidéus brancos.

O cântico do Kol Nidre, dirigido pelo "cantor", é o prelúdio ao Dia da Expiação e se recita imediatamente antes do pôr do sol. É uma prece pela absolvição, pedindo a Deus que nos livre dos votos feitos, mas não cumpridos. Trata-se unicamente das promessas do homem a Deus, e não das do homem ao seu semelhante. Nem todas as preces do Iom-Quipur podem absolver um homem dos pecados contra seu próximo; só este, inclinado ao perdão, é capaz de fazê-lo.

O estribilho constante do dia é a oração: "Pai, pecamos diante de Ti", e o oficiante desfia o tradicional catálogo de pecados, negligências e transgressões que cobrem a vasta gama das faltas humanas.

A confissão do Iom-Quipur é recitada deliberadamente na primeira pessoa do plural, e não do singular, nós em vez de eu. Há, naturalmente, pecados individuais, mas também existe a aceitação da responsabilidade coletiva pelas deficiências da humanidade. No Iom-Quipur cada um de nós partilha do peso da culpa dos outros.

Mas por mais solene que possa ser o dia, no Iom-Quipur ainda há um elemento de alegria - a alegria proveniente da idéia do perdão. Acreditamos que "Deus está perto dos aflitos", e que, segundo as palavras do ritual do Iom-Quipur, "Tu não desejas a morte do mau, e sim que ele saia de seu pecado, e viva". Por conseguinte, o judeu piedoso confia implicitamente na Sua misericórdia e perdão.

FONTES JUDAICAS -  ORGANIZADOR PROF MARCIO RUBEN
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