CABALA

A Cabala 

A CABALA

ISAÍAS RAFFALOVITCH

O século XIII foi o prenúncio da era do misticismo. A rigidez da observância religiosa, mesmo das cerimônias de importância mínima, rigidez criada pelas escolas francesas de um lado e o racionalismo, livre e desenfreado dos filósofos espanhóis do outro, geraram um emocionalismo baseado no misticismo chamado Cabala, que em hebraico significa "Tradição", tendo as suas raízes nas passagens místicas da Bíblia e nos vários escritos do Apocalipse.

Num período de grandes e quase insuportáveis aflições, a alma perturbada do povo, não satisfeita nem com os estudos intelectuais do Talmud, nem com as teorias da filosofia racionalista, procurou consolação nas proposições fantásticas e emocionantes da Cabala. Uma obra genial, de grande beleza espiritual e de profunda devoção apareceu então, obra escrita numa linguagem mística, que só depois, os de escol, podiam compreender. Até o título tinha algo de místico: Zohar, brilho, esplendor. Esta obra foi atribuída ao Rabi Simeão ben Iohai, que viveu no segundo século, e que a teria escrito numa caverna, onde ficara escondida durante doze séculos. Sabe-se agora que a obra, embora pareça conter elementos muito antigos, foi pelo menos redigida por Moisés de Leon, cabalista que viveu nos fins do século XIII, na Espanha. O Zohar, a incorporação da Cabala, exerceu uma influência enorme sobre espíritos não somente judeus, mas também de cristãos e homens como Pico Mirandola e Johann Reuchlin, graças aos quais ele entrou em voga nos sistemas de todos os místicos do século XVI.

FONTES JUDAICAS -  ORGANIZADOR PROF MARCIO RUBEN
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